Olá amigos, como eu havia informado no post anterior, hoje eu escreverei a vocês o primeiro fato, entre muitos, que ocorreram desde que comecei a prestar serviços como marido de aluguel. Então vamos à ele.
Certo dia, recebi um telefonema de uma senhora que precisava fazer uma mudança no lay-out de sua sala, em nossa conversa inicial ela me informou que não estava muito segura em me chamar uma vez que não me conhecia e, nos dias de hoje, com toda essa violência, ela estava com um pouco de receio em me contatar, então disse à ela que a compreendia, e pedi que me informasse o bairro onde ela morava. Assim que ela me informou, verifiquei meu caderno de anotações e vi que eu já havia prestado serviços naquele bairro, passei essa informação a ela além do nome das pessoas. Ela me informou então que conhecia uma dessas pessoas, então pedi para que ela entrasse em contato com essa pessoa para confirmar e me dar então, uma “carta de apresentação”. E assim foi feito e então ela me retornou e agendamos o dia para que eu fizesse o serviço.
No dia marcado, cheguei à sua casa 5 minutos antes do horário, onde a senhora já me aguardava. Ela me convidou para entrar pela porta da sala e logo já foi dizendo como ela queria que eu dispusesse os móveis, então tratei logo de começar. Enquanto eu ia mudando os móveis com todo o cuidado para não riscar o chão, ou danificar algum outro móvel ela começou a me falar que morava sozinha já algum tempo, que o marido dela era falecido, e que o filho morava em outra cidade e de vez em quando vinha visitá-la e que não queria mais incomodar os vizinhos, uma vez que já era a terceira vez que ela mudava a posição dos móveis em menos de seis meses. Terminado o serviço, ela fez o pagamento e quando eu me preparava para ir embora ela me disse que eu não poderia ir sem antes tomar um cafezinho, e que modéstia a parte, ninguém recusava o cafezinho que ela preparava, pois era muito saboroso.
Aguardei então pelo café. Assim que ela terminou de preparar me chamou até a cozinha onde me serviu o café numa xícara de louça na cor laranja, depois me perguntou se eu preferia adoçante ou açúcar: escolhi açúcar. Então ela abriu o armário, pegou um pequeno pote e logo em seguida uma pequena colher na gaveta, colocando-os sobre a mesa.
Coloquei duas colheres de açúcar, dei uma pequena mexida no café e tomei o primeiro gole. Percebi naquele momento que o que ela havia me dado não era açúcar e sim um pequeno pote de sal, mas sem tempo de reagir, imediatamente ela me perguntou: “E então, o que achou do meu café?”. De modo a agradar o cliente, respondi: “Está ótimo”. Ao terminar de tomar o café, agradeci, deixei o meu cartão e fui embora. Retornei algumas vezes nesta senhora para prestar outros serviços, mas sempre que ela me oferecia café, antes de tomá-lo, eu disfarçadamente experimentava o tal “açúcar” antes de passá-lo para a xícara, e ela nunca comentou o fato de ter me dado o pote errado. Mas como eu disse, o importante é agradar o cliente.
